“...O sábio concorda com o mundo tal como é,
Sem temor e sem intenção.
Está reconciliado com a efemeridade
E não almeja além daquilo que se dissipa com a morte.
Conserva a orientação, porque está em harmonia,
E somente interfere o quanto a corrente da vida o exige.
Pode diferenciar entre:
É possível ou não, porque não tem intenções.
A sabedoria é o fruto de uma longa disciplina e exercício,
Mas aquele que a possui, a possui sem esforço.
Ela está sempre no caminho e chega à meta,
Não porque procura,
Mas porque cresce...” Bert Hellinger
Como Ajudar? O papel do terapeuta de Constelação Familiar
Constelação Familiar é uma terapia breve criada pelo alemão Bert Hellinger nos anos 70. Esta técnica revolucionou o trabalho da psicoterapia. Ela se faz em apenas uma sessão, onde o cliente escolhe um tema a ser “trabalhado” e o terapeuta (Ajudante) através dos “representantes” (pessoas aleatórias que estão no grupo) monta o sistema familiar ancestral do cliente. Neste campo (onde é estabelecida a Constelação) observamos onde estão os “bloqueios” que estão impedindo o cliente a fluir. Os bloqueios sempre aparecem onde percebemos excluídos naquele sistema familiar. Entendemos como excluídos, pessoas que por um motivo ou por outro estão à margem deste sistema.
Ajudar é uma arte que pode ser aprendida. Também faz parte dela uma sensibilidade para compreender aquele que procura ajuda, portanto a compreensão daquilo que lhe é adequado, daquilo que se ergue acima dele (o cliente) mesmo, para algo mais abrangente. Muitas vezes a solução de uma Constelação, e o processo de ajuda do terapeuta está na sabedoria de perceber o que é melhor e o que a “alma” está precisando ou necessitando como experiência.
Esta técnica serve à alma e não ao ego. Na maioria das vezes o que o cliente busca é muito mais profundo do que ele fala e pede. Na verdade, o terapeuta precisa aprender a desenvolver habilidades para conseguir entrar no campo da Constelação e ver e dar o que de fato àquela alma necessita.
Estas habilidades são descritas como:
Observação, percepção, compreensão, intuição e sintonia.
Observação: Olhar além do que está vendo, ver detalhes de forma aguçada e exata, onde nada escapa.
Percepção: Ela é distanciada do objeto de observação. Percebemos simultaneamente os detalhes e o conjunto. O terapeuta deve estar dentro do campo mas não envolvido com ele.
Compreensão: A compreensão necessita da observação e da percepção. Compreensão é entender não com a mente mas com a alma, com a essência, sem julgamento podemos mergulhar no essencial para o cliente.
Intuição: É quando nos abrimos para além da compreensão. É muitas vezes o que nos conduz para o próximo passo.
Sintonia: Ela é um nível de vibração, onde eu me “afino” com a vibração do cliente, e com tudo que vem dele, principalmente sua ancestralidade.
Para que aconteça o desenvolvimento de uma Constelação Familiar, o terapeuta além de necessitar se abrir para o desenvolvimento dessas habilidades descritas acima, ele deve respeitar ordens que o Bert Hellinger acredita que seja a base para o terapeuta de Constelação, o que ele denominou ordens da ajuda.
Ordens da ajuda são, portanto, leis ou princípios que devem presidir nossos comportamentos como terapeutas. São elas:
1º ordem: Dar apenas o que temos – Tomar aquilo que somente necessitamos. Não agir – Mostrar o que está ali.
2º ordem: Só ajudar quando o cliente permitir.
3º ordem: Se colocar no lugar de terapeuta e nunca dos pais do cliente. Dar aos pais do cliente, portanto, um lugar de respeito.
4º ordem: Não olhar só para o cliente, mas sim para todos, daquele sistema. O cliente não deve ser visto com um ser isolado.
5º ordem: Estar a serviço da reconciliação – Sobretudo com os pais.
Para isto o terapeuta necessita principalmente de romper com preconceitos, julgamentos, conceitos conhecidos e pré determinados, indignação moral em todos os níveis e condenação.
Isso faz você estar capacitado não só, para ser um terapeuta de Constelação para a ajuda, mas antes de tudo, um ser humano mais capacitado para a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário